Promenade
Uma dimensão a menos, mas com muito para explorar e descobrir
Embora usemos o nome "jogos de plataforma" para títulos em 2D e 3D, e eles tenham muito em comum, é fácil dizer que essas duas categorias são gêneros essencialmente diferentes. Ao olhar em duas dimensões, talvez você possa pensar em jogos mais tradicionais e lineares, como Super Mario Bros., ou jogos com grandes mapas e desbloqueáveis para atravessá-los, como os primeiros títulos de Metroid ou Castlevania.
Mas, em 3D, se você não está falando sobre algumas maluquices de porradinha, provavelmente está olhando para jogos onde você coleta MUITAS coisas. Pode ser apenas uma meta para um desafio de plataforma (como as caixas insanas de Crash Bandicoot) ou o objetivo principal da vida do protagonista. Quem seriam Banjo e Kazooie sem seus Jiggies? O que Rosalina teria feito sem Mario coletar todas as Power Stars?
A arte de coletar (em 2D)
Sim, adoro um collectathon, mas basicamente todas as aventuras focadas em acumular itens para salvar o mundo são apresentadas em três dimensões. Até Promenade, pelo menos. Jogo de estreia do estúdio francês Holy Cap, seu principal ponto de venda é exatamente misturar esses dois mundos tão próximos, mas tão distantes ao mesmo tempo. Como seria um jogo de plataforma 2D com uma estrutura mais próxima dos collectathons 3D?
Promenade não gasta muito tempo com uma história profunda. Você controla Nemo, uma criança com um polvo roxinho como companheiro, em uma missão para recuperar todas as engrenagens do Grande Elevador, um... elevador gigantesco que funciona como o centro principal de todos os mundos no jogo. O principal vilão parece ser uma “versão de sentimentos sombrios” de Nemo, que quer quebrar todas as engrenagens? Não entendi muito do enredo, mas jogar o jogo em si é mais importante aqui.
Nemo pode correr e pular, mas a verdadeira estrela da mecânica doe Promenade é seu amigo polvo, que pode ser lançado como um gancho na direção de inimigos e itens. Quando eles trazem o objeto de volta, Nemo pode lançá-lo para baixo para dar um salto duplo, no melhor estilo Klonoa. Depois de alguns níveis, ele também podem se prender a ganchos espalhados pelo mapa, tirando a necessidade de plataformas e transformando o jogo em um desafio de momento.
Não é difícil fazer todas essas coisas, mesmo não sendo muito bom em desafios de plataformas como eu. Mas tem algo estranho nos controles de Promenade. Não é exatamente um atraso do controle, mas é como se fosse um atraso nas animações: elas sempre parecem ter alguns frames errados, não importa como eu jogue ou o que fazia. Depois de 1 ou 2 horas, eu já estava acostumado com os controles, mas não tinha vontade de dominá-los para terminar alguns desafios contra o relógio. Não é tão ruim, mas é um pouco estranho.
Diversão em todos os andares
Mas mesmo com esse contratempo, fiquei muito feliz ao explorar os diferentes mundos que Nemo precisava visitar. Na mesma linha de Super Mario Odyssey, seu principal colecionável são peças de engrenagem, que podem ser usadas para consertar os diferentes andares do elevador. Cada "fase" – na verdade, cada nível também tem uma entrada para um novo, então é sempre 2 por 1 – tinha um bom equilíbrio entre desafios de plataforma, quebra-cabeças e exploração.
Por exemplo, cada mundo tinha um portal para um mundo especial, "The source", com desafios puros de plataforma usando um truque introduzido no nível – como os cursos secretos de Mario Sunshine. Ao mesmo tempo, você sempre tem uma ou duas missões de busca, que pedem para você encontrar itens escondidos no nível para levar a um NPC. E você também pode esperar muitos puzzles: alguns deles são tão bons que eu poderia vê-los em um jogo do Professor Layton. Existem alguns personagens recorrentes, como um pinguim com um jetpack que quer correr com você, mas a maior parte do conteúdo de Promenade muda bastante a cada novo mundo.
Quero elogiar especialmente a forma como Promenade faz dungeons, que eram, essencialmente, um conjunto linear de salas que se desenvolve em um tipo específico de puzzle até uma "luta de chefe" que é, basicamente, o desafio final daquele estilo de quebra-cabeça – e adorei todos eles. Um que acontece em meio a arranha-céus é o meu favorito (e é tudo que posso falar sem dar spoilers). É triste que a fase final do jogo foque mais em desafios de plataforma (com bem menos checkpoints do que o normal) e não em um grande mashup dos puzzles dos chefes.
O hub world por si só, O Grande Elevador, também é um grande puzzle, com muitas peças de engrenagem para encontrar e coletar. Infelizmente, embora você tenha ótimos minigames inspirados em clássicos do arcade, você também tem a necessidade constante de trazer objetos específicos de diferentes partes do mapa (ou mesmo de dentro dos mundos) pra lá e pra cá. E você só pode carregar um deles por vez, então fica muito chato, muito rápido. Felizmente, você não precisa coletar 100% das engrenagens para terminar o jogo, então você pode apenas fazer o que achar divertido e seguir em frente.
Você cria um mundo 3D com desafios e puzzles legais e muito para colecionar, me coloque lá e provavelmente vou adorar. Mas eu realmente não esperava o quanto eu amei ter essa experiência em 2D ao jogar Promenade. Apesar de alguns controles estranhos e um backtracking chato, a aventura de Nemo nos andares do Grande Elevador me encheu de alegria por dias. Cada bom quebra-cabeça que resolvi, cada novo personagem que conheci, apenas mostra o quanto jogos como um meio ainda tem a oferecer se tentarmos novas combinações. Eu adoraria mais collectathons 2D, se possível, por favor!