Electrician Simulator
Não foi uma experiência eletrizante (a piada é de propósito)
Simuladores não eram exatamente meu gênero favorito, mas, nos últimos anos, alguns deles me surpreenderam. Gosto da ideia de pegar uma tarefa mundana e usar o “poder dos videogames” para criar uma experiência digital e divertida inspirada nessas ocupações. Como passei a maior parte da minha infância vendo meu pai consertando coisas (desde eletrônicos até a fiação elétrica da nossa casa), fiquei muito animado quando assisti ao trailer de Electrician Simulator.
O jogo é exatamente o que você espera: você inicia sua carreira como eletricista, aprendendo a consertar lâmpadas, tomadas, aparelhos elétricos e assim por diante. Você tem seu próprio equipamento, e precisa testar tudo para ver o que está quebrado, o que pode ser consertado, o que precisa ser trocado ou, até mesmo, encontrar fios que foram montados de forma errada. Você também precisa desligar a energia da caixa de fusíveis se não quiser levar um choque — e considerando a quantidade de vezes que esqueci de fazer isso, estou muito feliz que isso seja apenas um jogo...
Para mim, meu problema com Electrician Simulator é que o que citei é exatamente o que o jogo é, nem mais, nem menos. Não há muitos puzzles legais usando fios elétricos, ou mesmo mecânicas legais para “gamificar” a experiência. Ao atender aos pedidos dos clientes, você não tem espaço para personalização ou expressão do jogador de qualquer tipo. O jogo nem funciona como ferramenta educacional, pois simplifica muito o processo de ser um eletricista de verdade. Depois de algumas horas jogando, eu estava apenas clicando nos botões indicados pela interface sem pensar nada.
Um bom exemplo seriam as tarefas de bancada, que aparecem muito no início do jogo. Ajudei meu pai a consertar coisas todas as semanas durante décadas, e sempre foi um negócio muito interessante de ver e fazer. Aqui, basta clicar nos parafusos para desmontar a coisa e, em seguida, clicar em cada peça do quadro para receber a mensagem “isso está quebrado”. Você não pode ver um multímetro real, não pode testar as peças eletrônicas em si. Ao mesmo tempo, como é preciso ler muito e encontrar pequenos pontos nas peças para clicar, o jogo não era mecânico o suficiente para ser uma “distração de podcast” para mim também. Nada funcionou.
No topo dessa experiência medíocre, os controles no port de Nintendo Switch (a versão que joguei) eram muito ruins. Perdi a conta de quantas vezes estava dando toquinhos no analógico para tentar alinhar o cursor a um pequeno parafuso com o qual eu precisava interagir. A tela sensível ao toque só funcionava na bancada, e até que funcionava, mas o resto do jogo ficava apenas nos botões.
Se você realmente gosta do trabalho que um eletricista faz, acho que também ficará desapontado com Electrician Simulator. Quando você transforma algo em uma experiência de videogame que é mais chata e sem alma do que aquilo que as pessoas fazem como trabalho, há algo errado com isso, alguma coisa você fez errado. Tecnicamente, o jogo funciona e você pode comprar e jogar até o final (com alguns controles estranhos no processo), mas não sei exatamente por que você faria isso. Você se divertirá mais indo a um ferro velho e apenas desmontando umas sucatas reais para se divertir, acredite.