Os melhores jogos que joguei em 2021
Meu 2º Played of the Year — como ser feliz com um Wii U
Em um mundo onde o tempo não tem sentido, eu até que joguei muitos videogames! 2021 foi um ano cheio de surpresas para mim: se a lista do ano passado tinha vários jogos antigos porque tirei oficialmente o pó do meu Nintendo 3DS... esse foi o ano que eu comprei um Wii U! E foi assim que passei o ano inteiro jogando coisas da última década (com alguns jogos indie dos últimos anos), mas me diverti mesmo assim. No final das contas, o que importa é passar um bom tempo jogando (para tentar fugir um pouco da realidade maluca que nos rodeia).
Mas o ano terminou e com mais esperança de um futuro melhor, temos também o meu prêmio mais esperado: bem-vindo ao POTY 2021, o Played of the Year! Essa é minha lista de final de ano com os melhores jogos que joguei este ano. Não importa se o título foi lançado há décadas: se estou descobrindo-o pela primeira vez agora, conta. Você pode ver a edição 2020 também, mas vamos para a lista de 2021!
20) Sally’s Law
PC/iOS/Android, Nanali Studios, 2016
No começo do ano, eu decidi testar o mês gratuito do Google Play Pass, uma espécie de serviço de assinatura para apps e jogos no Android. Não que tivesse muita coisa que me chamou a atenção (e eu já não tivesse jogado) na época, mas Sally’s Law foi uma grata surpresa. Um puzzle-plataforma bem curtinho, mas muito inteligente, com uma mecânica de passar a mesma fase duas vezes, com as duas passadas complementando uma a outra. Coloque uma história bonitinha, um visual simples e fofo e alguns coletáveis e ele começa a nossa lista bem recomendado.
19) Kirby Air Ride
GameCube, HAL Laboratory/Nintendo, 2003
Com um pouco de esforço, você consegue rodar jogos de GameCube no Wii U e Kirby Air Ride é o primeiro de vários títulos do cubo roxo que vão aparecer nessa lista. Em uma nunca repetida tentativa de um jogo de corrida do mascote rosa, Kirby consegue ter um jogo de corrida totalmente singular, com controles muito simples e bem diferente do que veio antes dele (e até depois!). Enquanto o modo principal traz corridas cheias de Copy Abilities e dashes, o que realmente me conquistou foi o Top Ride, um modo de corridas em uma única tela, parecendo um autorama com poderzinho. Tá na hora de uma continuação desse jogo pro Switch já!
18) Florence
PC/Mac/iOS/Android/Switch, Mountains/Annapurna Interactive, 2018
Uma mistura entre história em quadrinhos, visual novel e jogo de puzzle, Florence acabou sendo uma grata surpresa na última semana do ano. Contando a história de vida de uma jovem garota, o título usa os pequenos (e simples) puzzles pra reforçar os sentimentos dela e dos que estão ao redor de uma forma muito bonita, elegante e inteligente. Inclusive, falando em boniteza, o jogo é lindo, feito com muita atenção aos detalhes. Me lembrou bastante a forma de contar histórias de What Remains of Edith Finch, outra ótima recomendação da mesma publisher.
17) Untitled Goose Game
PC/Mac/Switch/PS4/Xbox One, House House/Panic, 2019
Esse ano eu descobri que pouquíssimas coisas são tão divertidas quanto ser um ganso totalmente caótico com a pessoa que você ama. As horas que joguei Untitled Goose Game com minha namorada foram, de longe, um dos momentos que eu mais ri esse ano. Desde as missões absurdas até os momentos de 30 minutos que ficávamos apenas rosnando pra pessoas aleatórias para tornar a vida delas um inferno, esse jogo é incrível. O jogo por si só é bem divertido, mas fica aqui a minha importantíssima recomendação de jogá-lo com outra pessoa para uma experiência maravilhosa.
16) Nintendo Land
Wii U, Nintendo, 2012
Desde os primeiros dias de vida do Wii U (que não duraram muito, infelizmente), eu via Nintendo Land e parecia o jogo mais legal do mundo. Não era o mais legal, mas ele definitivamente é muito divertido. Com foco em jogabilidades assimétricas e no uso inteligente do até então novo controle-tablet GamePad, o jogo consegue divertir enquanto homenageia franquias clássicas… quase sempre. Enquanto algumas atrações são incríveis (como o percurso de obstáculos do DK, o shooter de shurikens do Takamaru e a aventura inspirada em Metroid), outros deixam bastante a desejar. Não é a melhor introdução de console que a Nintendo já fez, mas é uma muito competente.
15) WarioWare: Smooth Moves
Wii, Intelligent Systems/Nintendo, 2007
Não é novidade pra ninguém que eu adoro essa série e WarioWare: Smooth Moves é exatamente meu tipo de geleia: microgames aleatórios, visuais completamente diferentes entre si, personagens completamente adoráveis e histórias que a gente não liga. Como um bom jogo de Wii, a ideia de usar controle de movimento pros microgames nem sempre funciona, mas quando funciona é extremamente divertido. Pontos bônus pros nomes e introduções de cada forma de segurar o Wiimote que definitivamente não precisavam ser assim, mas que exala uma “sexy-dumb energy” que definitivamente me surpreendeu. Que a lista do ano que vem tenha o novo WW de Switch!
14) Tabletop Simulator
PC/Mac/Linux, Berserk Games, 2015
Plataformas digitais me fizeram conhecer muitos jogos de tabuleiro novos durante o período preso em casa e nenhum fez isso melhor como o Tabletop Simulator. De longe é a melhor plataforma 3D pra jogar boardgames digitalmente, com uma lista muito, muito grande de mods feitos pela comunidade com jogos e versões que você menos imagina. Tem seus bugs aqui e acolá, mas se você quer começar a conhecer jogos de tabuleiro modernos, provavelmente não existe uma opção mais barata e acessível no momento do que TTS. Além de um amigo com muitos jogos de tabuleiro em casa, claro.
13) The Legend of Zelda: The Wind Waker HD
Wii U, Nintendo, 2013
Meu primeiro Zelda no Wii U não foi Breath of the Wild, mas sim The Wind Waker HD, remake de um dos clássicos do GameCube, que me prendeu por algumas semanas esse ano. O jogo é incrivelmente lindo e maravilhoso, ainda mais na versão HD, e poder jogar ele deitado na cama usando só o GamePad me fez entender demais o apelo do Switch. Muitas mudanças voltadas à qualidade de vida foram feitas nesta versão (incluindo a nova vela do barco) que me ajudaram a aproveitar melhor a história bem gostosinha de mais um clássico da franquia. Acho que o ponto fraco fica no sistema de batalha e no desenho das masmorras, mas continua sendo um jogão.
12) The Pedestrian
PC/Mac/Linux/Switch/PS4/PS5/Xbox One/Series X-S, Skookum Arts LLC, 2020
Outro jogo que eu não esperava que ia gostar tanto, The Pedestrian é um jogo muito inteligente. A forma dos seus puzzles é bem legal e consegue quebrar bastante o que se espera de um puzzle-plataforma, mesmo que tenha uns picos de dificuldade do nada. Pessoalmente, eu achei o jogo lindo, mas o que mais me chamou a atenção foi todo o trabalho de simbologia e iconografia que foi muito bem feito, criando uma identidade visual-mecânica pros puzzles que é muito fácil de assimilar e construir em cima. O final do jogo provavelmente é a parte mais genial e dura só uns 15 minutos? Sim, é uma pena, mas ainda foi uma forma muito legal de terminar um sólido joguinho que recomendo bastante.
11) Mario Kart 8
Wii U, Nintendo, 2014
Historicamente, jogo de corridinha do Mario pra mim sempre foi só o modo de batalha, aquele onde você tem que acertar itens nos adversários pra estourar os balões deles. Mas com a falta de um modo decente assim em Mario Kart 8 (que foi corrigido no port para o Switch), eu me contentei com as corridas comuns… e não é que eu gostei? A oitava iteração da franquia é, de longe, o mais gostoso de jogar, tanto pela forma de controlar os carros, quanto pelas possibilidades do que fazer com todas as suas mecânicas, dos turbos à anti-gravidade. Além disso, o jogo é incrivelmente lindo e ver tantas pistas clássicas (e até de outros jogos, nas DLCs) refeitos de forma tão bonita dá um quentinho no coração.
10) Kororinpa: Marble Mania
Wii, Hudson Soft, 2007
Sendo um título de lançamento do Wii, é muito incrível ver o quão preciso e divertido são os controles de movimento de Kororinpa: Marble Mania. A ideia do jogo é muito simples: mover o Wiimote como se fosse a pista onde uma bolinha de gude se mexe, pegando todos os cristais e chegando na saída. Mas ele faz isso tão bem, de uma forma tão fofa, que simplesmente me grudou no jogo por uns 3 dias até que eu completasse todas as fases. Eu acabei experimentando também o Super Monkey Ball de Wii, mas ele não chegava perto da precisão de Kororinpa, que eu recomendo demais se esse for o seu tipo de geleia. Se não for, veja pelo menos speedruns do jogo, que são incríveis.
09) Luigi’s Mansion
GameCube, Nintendo, 2001
Dark Moon, no 3DS, foi um dos joguinhos mais divertidos que eu joguei no portátil, mas é legal de ver como o Luigi’s Mansion original, do GameCube, pode ser tão diferente! No começo, eu fiquei meio incomodado com a pouca quantidade de coletáveis (que tinham aos montes no 3DS) e a estrutura confusa da mansão. Só que, com o tempo, você vai decorando a mansão, onde fica cada coisa, e começa a focar mais em encontrar caminhos alternativos e vencer os grandes fantasmas, que é o foco do jogo. É um jogo de sua época, mas que faz muita coisa diferente e faz elas muito bem, além de ter um carisma incrível.
08) Unpacking
PC/Mac/Linux/Switch/Xbox One, Witch Beam/Humble Games, 2021
O único jogo realmente lançado em 2021 desta lista, Unpacking é uma experiência muito diferente mas extremamente aconchegante. Não só pela forma como ela conta a sua história, mas pelo gameplay simples, mas bem relaxante ― menos quando ele me faz acertar por tentativa e erro se um pano é uma toalha de mesa, um pano de prato, uma toalha de banho ou uma roupa. Uma coisinha pequena mas muito certeira nesse jogo é a possibilidade de exportar imagens e GIFs do seu processo de arrumação, porque ver o quão diferente as pessoas arrumam as coisas é um show à parte.
07) Assemble With Care
PC/Mac/iOS, Ustwo Games, 2019
Poucos jogos bateram tão forte com meu emocional quanto Assemble With Care. Além de ser lindo e ter uma história muito bonita, a ideia de uma mecânica em volta de consertar coisas me grudou no jogo de uma forma que eu não esperava. Muitas pessoas falam sobre como os puzzles são simples (e são mesmo), mas acho que é daí que vem um pouco da mágica pra mim: eu me senti como alguém que sabia muito o que tava fazendo, consertando as coisas das pessoas e descobrindo suas histórias. Pra alguém que cresceu com o pai fazendo consertos como se fosse passe de mágica como eu, esse jogo foi muito especial.
06) Wii Sports
Wii, Nintendo, 2006
SIM, eu nunca tinha jogado Wii Sports até esse ano… porque ele nunca pareceu tão legal? Em um console com Mario, Zelda e Just Dance, porque o meu eu de 10 anos pediria pra jogar boliche na casa de alguém? Mas aí eu joguei e entendi a magia desse negócio: não há um jogo que traduza melhor a filosofia do Wii como console do que Wii Sports. É simples, é intuitivo, é divertido, todo mundo pode jogar, todo mundo pode vencer, todo mundo pode olhar pra isso e pensar que videogames também são pra elas. Só a felicidade da minha mãe jogando boliche fez sozinho o jogo chegar nessa posição na lista.
05) Super Mario 3D World
Wii U, Nintendo, 2013
Em um ano em que eu joguei Mario Galaxy, é interessante pensar que Super Mario 3D World é o jogo que começa o top 5 dessa lista. Eu adorei a variedade de fases e estilos, com cada uma tentando algo diferente, às vezes com mais personalidade que várias galáxias do outro jogo. A ideia de exploração também está muito presente em 3D World, com a busca pelas estrelas verdes e carimbos, que fazem você procurar em cada canto de cada fase. No topo de tudo isso, eu joguei tudo em multiplayer com mozão e foi uma experiência muito divertida e engraçada, com vários ótimos momentos. 3D World é um jogaço, muito melhor que seu primo portátil e uma ótima iteração do Mario em 3D.
04) Chibi-Robo! Plug Into Adventure!
GameCube, Skip Ltd./Bandai/Nintendo, 2006
Chibi-Robo! é um jogo estranho em todas as suas partes: você controla um robozinho de 10 centímetros de altura que precisa ser carregado na tomada a cada 5 minutos, tentando limpar a casa e ajudar a resolver os problemas de uma família disfuncional e quase falida. Com mecânicas que às vezes parecem um puzzle de movimentação, às vezes parecem um adventure clássico e às vezes parecem um jogo de sobrevivência, tudo nele me faz ficar feliz por simplesmente existir. É um jogo tão singular, com tanta personalidade, que merecia muito um remake para corrigir alguns quesitos que envelheceram mal neste ótimo joguinho.
03) Ghost Trick: Phantom Detective
Nintendo DS/iOS, Capcom, 2011
Vou soltar aqui uma verdade absoluta (pra mim): pouquíssimas histórias já contadas em QUALQUER mídia são mais envolventes, surpreendentes e malucas do que a trama de Ghost Trick: Phantom Detective. Um clássico do DS que ficou perdido em um port pra iOS, ele é um jogo extremamente singular e maravilhoso. Do design de personagem à sequência de eventos da trama, eu aproveitei meus últimos dois dias de férias do trabalho pra unicamente jogar esse negócio. Por mais que tenha seus problemas, a mecânica inovadora de “possuir objetos” é uma versão ainda mais dinâmica da ideia de apontar e clicar que também funciona muito bem.
02) Spin Rhythm XD
PC/Mac, Super Spin Digital, 2019
Sou um fã declarado de jogos de ritmo, mas não sou a pessoa que vai passar horas aprendendo a fazer as músicas na dificuldade mais alta sem errar nada. Só que em muitos jogos, nas dificuldades mais simples, aquele sentimento de estar tocando um instrumento (ou pelo menos ser um com a música) não acontece tanto. Spin Rhythm XD conseguiu me fazer estar nesse estado de “flow” mesmo em dificuldades menores, com um gameplay muito fluido e natural e uma boa seleção de músicas eletrônicas. O jogo ainda está em acesso antecipado, mas deve ser lançado oficialmente em breve. Se você gosta de jogos musicais como eu, vale muito a pena dar uma olhada.
01) Paper Mario: The Thousand-Year Door
GameCube, Intelligent Systems/Nintendo, 2004
O jogo original de Nintendo 64 já era algo muito marcante pra mim, mas Paper Mario: The Thousand-Year Door é quase uma obra-prima, resquícios de uma Nintendo que infelizmente não existe mais. Tudo é diferente, é estranho, é diferente, da história aos personagens e em como aquele mundinho é construído. Cada capítulo tem uma estrutura meio distinta, as mecânicas foram aprimoradas e levadas à quase perfeição. É muito triste pensar que esse jogo está preso no cubo roxo até hoje, porque ele é de longe uma das melhores coisas que já joguei e uma indicação perfeita pra quem gosta de RPGs diferentões. The Thousand-Year Door merece o meu Played of the Year!
Menções Honrosas
- Eu joguei muito, mas muito Picross/Nonogram esse ano no Nintendo 3DS, era meu passatempo de preguiça quando tava muito cansado. Os melhores foram o exclusivo do Japão Club Nintendo Picross e os temáticos My Nintendo Picross: The Legend of Zelda: Twilight Princess e Sanrio characters Picross.
- Minha “franquia de point and click de celular que maratonei em uma semana” do ano foi o bizarríssimo Hidden my game by mom (disponível nos consoles como Mom Hid My Game!). Os jogos não fazem nenhum sentido, os puzzles tem umas soluções absurdas, mas é muito engraçado.
- Rhythm Heaven Fever tem uma das melhores músicas dos videogames nos créditos e eu finalmente pude jogá-lo até o final para conseguir ver essa obra-prima.
- Eu não sabia que existiam clickers com história, mas esse ano me mostrou Spaceplan e Peter Talisman: Lord of the Harvest. Cada um com a sua maneira, eles têm propostas bem diferentes no gênero que eu acho bem interessante.
- Os três piores jogos que eu joguei esse ano foram até que peculiares: o jogo com muito mais orçamento do que devia The Solitaire Conspiracy, o gacha musical Beatstar e o adventure superestimado pela internet The Dream Machine.
E esse foi o meu 2º Played of the Year! Você pode ver uma lista mais completa no meu Backloggd, se quiser. Feliz Natal, Feliz Ano Novo e nos vemos no POTY novamente ano que vem!